quarta-feira, 18 de maio de 2011

Um dos meus maiores desafios como mãe tem sido buscar um equilíbrio entre minhas ambições profissionais e o desejo de dar à minha filha todo o tempo, atenção e participação do que gostaria. Percebo este desafio na maioria das minhas amigas que são mães, assim como entre grande parte das mulheres profissionais que conheço e admiro. Como evoluir profissionalmente e, ao mesmo tempo, ser mãe e atuar como a mãe que gostaria de ser???

Passei boa parte da minha vida trabalhando e estudando para alcançar sucesso profissional, e tudo aquilo me realizava completamente, mas foi depois que segurei a Juju nos braços pela primeira vez que percebi que aquilo havia mudado quase que instantaneamente. Eu nunca suportei a idéia de passar mais de 8 horas diárias longe daquela criaturinha que “brotará” de dentro de mim, e isso era uma exigência da minha profissão, é como se vivêssemos uma eterna simbiose e meu ponto de equilíbrio havia mudado mesmo, e para sempre.

Nunca encarei ser mãe em tempo integral como um sacrifício, muito pelo contrário, “praticar” a maternidade é definitivamente algo que desejo fazer, um tempo precioso em minha vida que jamais se repetirá, Deus colocou em minha vida este “chamado”, e eu jamais o ignorei. Por outro lado, ficar em casa significa abrir mão da troca de idéias e da interação social que o ambiente de trabalho pode nos proporcionar. É, de fato, uma grande mudança que pode tornar muitas mulheres infelizes.

Conheço também outras mulheres que jamais seriam felizes se deixassem seus trabalhos, e também existem aquelas que não podem permitir-se abandoná-los, por necessidade financeira e voltam a trabalhar assim que acaba a licença-maternidade. Muitas são perseguidas por sentimentos de culpa, sem ter a certeza de estarem fazendo a coisa certa.

Na última semana, recebi uma proposta de trabalho, da mesma empresa onde trabalhei por 7 anos, ótimos benefícios, ótima oportunidade de regressar ao mercado de trabalho e foi neste fim de semana que travei a maior luta da minha vida, com minha própria alma. Corri atrás de todos os preparativos para tal regresso, mas algo em meu coração estava tão contrariado, passei noites chorando e dias sem me alimentar e foi assim que descobri que tal proposta havia acendido uma luz, uma luz para que eu pudesse encontrar “tal equilíbrio” que estava perdido dentro de mim mesma.

Eu disse não a proposta!!! Embora para algumas pessoas pudesse parecer loucura, seria absolutamente contra meus sonhos e princípios passar tantas horas longe da minha pequena e foi aí que avaliei minhas ambições profissionais e consegui me perdoar por conquistar menos profissionalmente para me dedicar a este chamado lindo que é a maternidade. Conclui que não existe mulher que pode ser 100% mãe e 100% profissional ao mesmo tempo, deixei a maior porcentagem para a maternidade.

Esse é meu ponto de equilíbrio, talvez trabalhar menos quando for a hora certa, ganhar menos, mas ter mais tempo para minha filha. O Ro é um marido fantástico, ele me dá muito apoio emocional, e graças ao apoio dele e de todos aqueles que me amam, encontrei de vez meu equilíbrio. Financeiramente falando, posso dizer que troquei sapatos novos por um sorrisinho tímido, roupas caras por um carinho inocente e acessórios luxuosos por um abraço apertado, se é que vocês me entendem...

E você amiga leitora??? Já fez uma reflexão sobre seu ponto de equilíbrio??? Você é feliz??? Você tem uma vida profissional intensa, mas vive rodeada de culpa por não dar tanta atenção aos filhos??? Você é mãe em tempo integral mas se sente infeliz e sente falta do que um ambiente de trabalho pode lhe proporcionar???

O que te faria uma mãe e profissional 100% feliz???

Lembrem-se: Siga sempre a voz do seu coração....

Beijos,


2 comentários:

  1. É um dilema,onde infelizmente, um dos lados vai sofrer.A não ser que a mulher tenha uma super mãe( ou sogra), que ajuda na criação dos netos, a quem podemos confiar e contar para tudo. Eu não tive, então tive que optar me ficar com meus filhos e deixar minha carreira de lado por um tempo, retomei depois de uns 5 anos parada. Perdi muito em relação a aposentadoria, mas ganhei muito pois acompanhei cada dentinho que nascia,( sério fiz até uma mapinha de cada filho-2),vi cada tombo, cada palavrinha nova, eu estava lá para orientá-los e educá-los.
    Hoje retomei minha carreira, mas trabalho meio período, de preferência quando estão na escola.
    São escolhas que temos que fazer.

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  2. Ah, financeiramente minha carreira remunera muito mal seus profissionais. Então não vale a pena, sacrificar meus filhos por tão pouco. E nem compensaria muito trabalhar, com eles bebês, pois escolinha e babá com meu salário não sobra nada!
    Ah, qual minha profissão? Professora!

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