terça-feira, 31 de agosto de 2010

Lições Francesas

Lições francesas




Quando recebi esse e-mail já veio junto a frase "acho que Jady faz o estilo mãe francesa". Depois de ler tive certeza: tem razão!



Mães francesas não vivem em função dos filhos e conseguem manter sua vida amorosa após a maternidade. Sim, elas sabem viver bem.

(por Debra Ollivier com tradução de Mariana Setubal)



Há 16 anos conheci um francês em Los Angeles e acabei indo com ele para sua terrinha, onde me casei, tive dois filhos, ganhei dupla nacionalidade e imergi na cultura local. Ser mãe na França tinha seus desafios.



Quando nosso primeiro filho, Max, tinha apenas 3 anos, nós o matriculamos numa escola bilíngue. Seis meses depois, sua classe foi convidada para uma viagem à Inglaterra, o que era um evento anual. Quando me recusei a deixar Max participar, a diretora me disse: “Madame, segurar seu filho não é bom para seu espírito de independência. Você precisa deixá-lo ir para que ele possa aventurar-se pelo mundo”. E continuou: “Nós só temos esse problema com mães americanas”.



E lá foram as crianças: as francesas para a Inglaterra; as americanas, para casa com suas mamães. As mães francesas curtiram três dias adoráveis sozinhas com seus maridos em Paris. Elas beberam vinho e namoraram bastante antes de os pequenos voltarem. Enquanto isso, as mães americanas iam para o parque, sentavam no chão, se divertiam e voltavam para casa exaustas.



Quando me mudei para Paris, fiquei admirada com as francesas: como elas conseguiam empurrar um carrinho andando de salto alto sobre paralelepípedos? Como sua libido funcionava com todas as demandas da maternidade? Como elas conseguiam e eu não?



Depois de ficar grávida do Max, fui para os Estados Unidos e voltei carregada de livros de ajuda a mães de primeira viagem, brinquedos educativos e um monte de ideias bem intencionadas sobre como resguardar o filho de qualquer contratempo que ele possa ter na vida. Assim, quando nosso bebê começou a engatinhar, protegi o apartamento inteiro com protetores de quina, cadeados nas gavetas e protetores nas tomadas.



A sala estava amontoada com brinquedos gigantes e fluorescentes. Minha vizinha francesa deu uma espiada e disse: “Seu apartamento parece um hospício”.



A casa dela era diferente. Seus filhos, de 5 e 7 anos, tinham regras e limites, e a única proteção com que ela se preocupou foi uma grade na escada. A sala era um lugar da família, espaço que as crianças aprenderam a respeitar.



Na casa dela, as crianças estavam na cama antes das 20h, de forma que a mamãe e o papai podiam ficar juntos. Esse tempo de privacidade é sagrado. E os dois não fingem que vão para a cama ler um livro: “Uma noite, quando eu estava colocando minha filha de 7 anos na cama, ela perguntou: ‘Você e o papai estão indo para o quarto se beijar?’. E eu respondi: ‘Claro. Mães e pais se beijam à noite, porque eles se amam'. 'Boa noite’”, disse ela.



Na França, a maioria das crianças tem de se adaptar ao mundo adulto, não o contário. Limites são adotados não apenas porque são considerados bons para as crianças, mas porque eles protegem a sagrada privacidade do casal. Aprendi que os franceses são experts em manter o amor vivo depois dos filhos.



Comecei a entender que, enquanto as mães francesas impõem limites severos aos filhos, elas também procuram deixar o caminho livre, dando um passo para trás para que eles possam se “aventurar pelo mundo”, como tinha me dito a diretora da escola.



Aos poucos, comecei a me tornar uma mãe à francesa. Quando minha filha nasceu, o nosso estoque de utensílios de proteção de bebês já estava empoeirado no porão. E quando, três anos depois, a mesma diretora me perguntou sobre a viagem anual à Inglaterra, eu sorri e disse 'Oui'."



DEFINITIVAMENTE francesa. E você?

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